O Fórum dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul esteve nesta quarta-feira em Santa Maria divulgando a campanha e coletando assinaturas para apresentar um projeto de lei de iniciativa popular que pretende reduzir o números de cargos de comissão (CCs) nos órgãos públicos estaduais. Uma das regras propostas é para dificultar o nepotismo cruzado, criando uma regra para que agentes políticos não possam ter seus parentes de até 3º grau nomeados como CCs em qualquer órgão estadual.
A campanha e a ideia do projeto para reduzir os CCs surgiu a partir da constatação de que há um número excessivo de cargos de confiança não só no Executivo. Segundo a entidade, na Assembleia Legislativa gaúcha, 76% dos servidores são CCs, e no Poder Judiciário do Estado, o percentual passa de 20%. São 6,2 mil funcionários concursados e 1,2 mil CCs.
No Judiciário, há vários cargos que são preenchidos com CCs, que entram sem concursos e, assim, não se sabe se são preparados para assumir as funções. Há CCs trabalhando como assessores de desembargadores e ganhando R$ 13 mil. Chefes de departamento, assessores de juízes e diversas chefias são preenchidos como CCs diz Adalberto Paulo Clock, diretor executivo do Sindjur, dos servidores do Judiciário.
Segundo ele, diminuir a quantidade de CCs é fundamental para reduzir a corrupção, pois os países com menores índices de fraudes são os que reduziram o número de cargos de confiança.
O CC é de confiança do político, mas não é de confiança da sociedade. Então se o político cometer uma ilegalidade, e o CC denunciar, ele será exonerado. Já o servidor público tende a ser de confiança da sociedade, pois pode denunciar e não perderá o cargo. Muitos políticos não têm interesse em trabalhar com servidores concursados diz Clock.
Para que a ideia seja transformada em projeto de lei de iniciativa popular, é preciso coletar 65 mil assinaturas. Ontem, os sindicatos estiveram no Centro e em escolas de Santa Maria. É possível preencher o abaixo assinado diretamente no site www.bastadeccs.org.br. E caso o projeto seja rejeitado na Assembleia, as entidades planejam coletar mais assinaturas para fazer um referendo, com votação popular, que poderia aprovar a lei.
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